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22/12/2011

CGTP abandona reunião da concertação social em sinal de protesto

A CGTP abandonou esta quinta-feira a reunião de concertação social e acusou o Governo de não promover o diálogo e de colocar os portugueses "a pão e água".
 
foto DR
CGTP abandona reunião da concertação social em sinal de protesto
Carvalho da Silva diz que não há diálogo
 
"É preciso denunciar esta farsa. Não há disponibilidade para discutir conteúdos a que o Governo chama acordo, os conteúdos são inaceitáveis e aquilo que é a unilateralidade do Governo não pode jamais ser credenciado", declarou o secretário-geral da Intersindical, Manuel Carvalho da Silva.
Carvalho da Silva acusou o Governo de "terrorismo social" e, com a implementação das alterações no mercado laboral já no próximo ano, apontou que "a intenção do Governo é mesmo pôr os portugueses a pão e água, quanto a isso não há dúvida".
"Não preparem o 'kit' da emigração, preparem o 'kit' da reivindicação, da exigência de respostas e da construção de um futuro", instou o sindicalista.
No entender do dirigente da CGTP, o conjunto das medidas anunciadas pelo Governo representam um aumento de mais 30 a 32 dias de "trabalho gratuito" por ano e uma perda de dois a três meses na sua remuneração média, quer no sector público, que no privado.
"Aquilo que está a ser preparado sobre o subsídio de desemprego é no mínimo chocante e o impacto do aumento do horário de trabalho, corte de férias e feriados, tudo isto implica que o país vai ter num espaço de tempo curto mais de 200 mil desempregados", denunciou.
Carvalho da Silva acusa ainda o Governo de não respeitar a lei de incluir no documento em cima da mesa todas as reivindicações dos patrões.
Apesar de ter abandonado a reunião, Carvalho da Silva disse que a CGTP está disponível para encetar reuniões bilaterais.
"A CGTP quer discussão e negociação dos problemas concretos, não abdicamos de reuniões bilaterais e da discussão de problemas concretos - criação do emprego, investimento, resolução de problemas de tesouraria, desemprego -, agora, não damos mais para este peditório", reiterou.
"Espero que haja diálogo, é isso que espero", disse o ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, aos jornalistas antes do início da reunião entre o Executivo e os parceiros sociais, que começou pelas 15.30 horas, em Lisboa.
Já o secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, tinha reconhecido que "a expectativa" não era "nenhuma".
Em cima da mesa, esta tarde, estão, entre outras matérias, a redução do tempo de férias, as alteração ao subsídio de desemprego e a redução para 8 a 12 dias no tempo de indemnização em caso de despedimento e ainda a facilidade de o patrões poder despedir o trabalhador em caso de inadaptabilidade deste último.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2202255&page=-1

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