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20/10/2011

Unidade e mobilização geral

Às medidas que o Governo inclui no Orçamento do Estado para 2012, a CGTP-IN responde com um forte apelo à unidade na acção e à mobilização geral dos trabalhadores, pelos interesses próprios e também pelos interesses do País.
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Aquilo que o primeiro-ministro anunciou na noite de quinta-feira requer uma indignação geral, não vai beneficiar o comum dos portugueses, mas sim os agiotas, e não vai sequer reduzir a dívida pública nem criar melhores condições para a liquidar – começou por afirmar Manuel Carvalho da Silva, na conferência de imprensa que a CGTP-IN promoveu sexta-feira, ao fim da manhã. Acompanhado por Arménio Carlos, Carlos Trindade e Deolinda Machado, da Comissão Executiva da CGTP-IN, o Secretário-geral da central acusou o Governo de não ter respostas para os problemas do País e de, mais depressa do que seria de esperar, colocar Portugal no caminho do descalabro, o que vai provocar um significativo abaixamento do nível de desenvolvimento da sociedade.
A eliminação dos subsídios de Natal e de férias, acrescendo ao congelamento salarial e das progressões nas carreiras e ao corte médio de cinco por cento nos salários, significa que os trabalhadores da Administração Pública perdem um quarto da retribuição em menos de dois anos. Os reformados sofrem uma injustiça gritante e um empobrecimento aceleradíssimo.
Já o aumento do horário de trabalho em duas horas e meia por semana – como a CGTP-IN traduz a meia hora por dia anunciada por Passos Coelho – vai agravar o desemprego, representa de imediato um corte salarial de 6,25 por cento, não contribui para o aumento da competitividade das empresas e muito menos contribui para as contas públicas, já que o resultado vai para os accionistas e patrões.
Por outro lado, protesta a Intersindical, nada de concreto foi dito pelo primeiro-ministro sobre as parcerias público-privadas, reconhecidas como «o cancro dos cancros», por onde se evaporaram já muitos milhares de milhões de euros do erário público.
A CGTP-IN fez uma crítica muito forte ao processo da Concertação Social, em torno no «Compromisso para a Competitividade e o Emprego», classificando-o como «uma farsa absoluta».
Com este enquadramento, a central reafirmou o «apelo fortíssimo» ao reforço do empenhamento dos trabalhadores e, muito em especial, da juventude nas lutas em curso, particularmente nas acções integradas na semana de luta que a Inter promove a partir de hoje. Mas, antecipou o dirigente, em reuniões da Comissão Executiva, na segunda-feira, e do Conselho Nacional, anteontem e ontem, iriam ser tomadas decisões sobre formas de luta para concretizar a indignação geral e a mobilização geral.
Às organizações sindicais que estiveram na greve geral de 24 de Novembro de 2010 foi enviada, logo de seguida, uma comunicação a dar nota destas apreciações e a propor «um rápido, amplo e eficaz processo de diálogo, que nos permita construir uma sólida unidade na acção, capaz de sustentar a luta sindical que expresse a indignação geral e afirme caminhos alternativos».

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Todos à luta!

Das acções que dão corpo à semana de luta, anunciada pela CGTP-IN nas grandes manifestações de dia 1 de Outubro, destaca-se a concentração de trabalhadores dos transportes, hoje, e o plenário nacional da Administração Pública, amanhã, mas também o plenário nacional descentralizado da Fenprof e dos sindicatos de professores, no dia 27, em várias cidades.
A CGTP-IN, numa primeira lista, inclui também, entre outras, uma tribuna pública frente à Tyco, esta tarde, em Évora, e um protesto dos trabalhadores dos bingos portuenses Brasília e Olímpia frente à secretaria de Estado do Turismo, hoje de manhã; uma greve do pessoal da Gertal e da Manpower, em cantinas escolares, e acções públicas dos trabalhadores da Tobis e dos casinos Solverde, hoje à tarde; e, no sábado, uma manifestação no Barreiro, de manhã, da Misericórdia ao Largo Catarina Eufémia, e uma «arruada da indignação», às 16 horas, na Covilhã. A União dos Sindicatos de Évora anunciou tribunas públicas em Montemor-o-Novo (dia 24), no parque industrial de Arraiolos (dia 25), em Vendas Novas (dia 26). Na Guarda, entre plenários e reuniões, está marcada uma concentração à entrada do Hospital Sousa Martins, no dia 27, e uma vigília, no mesmo local, no dia 28.
Estendendo-se pelos vários distritos e sectores, com plenários, com paralisações parciais ou greves e com iniciativas de rua, esta semana de luta extravasa os limites de uma normal «agenda» e representa um ponto alto na luta que vai continuar a crescer.

http://www.avante.pt/pt/1977/trabalhadores/116768/

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