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11/01/2011

Rendimento monetário em Portugal no ano de 2008

Em 2008 o rendimento monetário disponível médio por adulto equivalente em Portugal dos 10% mais pobres representava 9,8% do rendimento dos 10% mais ricos. Qualificações escolares são fundamentais na explicação da variação do rendimento.


O rendimento monetário disponível médio por adulto equivalente em Portugal no ano de 2008 era de 10 390 euros. Isto significa que o valor mensal deste indicador situava-se nos 866 euros. Entre 2003 e 2008 a taxa de crescimento médio anual desta medida estatística foi de 3,2%, totalizando, portanto, um aumento bruto de 1 523 euros. De acordo com o INE, a variação do rendimento no período em apreço tendo em linha de conta a inflação (a variação real) foi de apenas 0,6%, ou seja, um aumento monetário real de 319 euros.
Como se pode observar no Quadro 2, o rendimento monetário disponível médio por adulto equivalente em Portugal dos 10% mais pobres (1º decil) era, em 2008, de 2 843 euros. No decil do topo da distribuição dos rendimentos (10º decil) esse valor atingiu os 29 101 euros. Comparando estes dois resultados, verifica-se que o rendimento monetário anual disponível médio por adulto equivalente em Portugal dos 10% mais pobres representava 9,8% do valor deste indicador para os 10% mais ricos. Em 2003 essa proporção era de 8,1% (2 117 para 25 997 euros).
O Quadro 3 tem informação respeitante ao rendimento monetário disponível médio por adulto equivalente em Portugal nos agregados familiares com e sem crianças dependentes. Relativamente aos agregados familiares sem crianças dependentes, destacam-se os baixos rendimentos das pessoas sós (um adulto), principalmente das que têm mais de 65 anos. No caso dos agregados familiares com crianças dependentes, são as famílias monoparentais e as que são constituídas por dois adultos e três ou mais crianças as que apresentam as médias de rendimento mais baixas.
O Quadro 4 permite observar a variação do rendimento monetário disponível médio por adulto equivalente em Portugal, de acordo com o nível de escolaridade. O valor deste indicador para os que não tinham ido além do ensino básico (9º ano) e do ensino secundário e pós-secundário representava em 2008, respectivamente, cerca de 43% e 61,4% do rendimento dos que tinham concluído o ensino superior. Em 2003 essas proporções situavam-se, respectivamente, nos 39,5% e 61,7%.
A informação apresentada na Figura 1 ilustra a relação existente o nível de escolaridade concluído e a pertença a cinco categorias de rendimento (quintis). Verifica-se que em 2008 cerca de 67% dos indivíduos que concluíram o ensino superior pertenciam ao grupo dos 20% mais ricos (1º quintil). No caso dos que concluíram o ensino secundário ou pós-secundário e dos não foram além do 9º ano esse valor é de 32,8% e 12,8%, respectivamente. Por outro lado, enquanto mais de 40% dos indivíduos que concluíram no máximo o 9º ano de escolaridade integravam os dois quintis de rendimento mais baixos, apenas 8% dos que concluíram o ensino superior estão nessa situação.


http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=indicators〈=pt&id=204

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