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28/11/2011

Sector dos transportes vai cortar dois mil empregos em 2012

As empresas de transportes públicos Carris, Metro de Lisboa, CP e EMEF vão perder cerca de dois mil trabalhadores, em 2012, no âmbito do programa de reestruturação do sector dos transportes. No total, as quatro companhias irão perder um quarto dos trabalhadores, apurou o SOL.
O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro, têm dito que os planos para a redução de trabalhadores irão depender da melhoria operacional atingida pelas empresas até ao final do ano, mas o SOL sabe que algumas já definiram as suas metas.
Caso os objectivos não sejam alcançados através de rescisões de contrato, as empresas podem avançar com despedimentos. «Admito todos os cenários», disse, em entrevista ao SOL, publicada há duas semanas, o secretário de Estado dos Transportes.
A reestruturação está prestes a sentir-se em força nas maiores operadoras de transportes públicos da capital. A Carris e o Metro de Lisboa irão perder cerca de mil trabalhadores no âmbito da fusão prevista para 2012.
O conselho de administração da Carris aprovou planos para reduzir 635 trabalhadores e iniciou, em Outubro, contactos para efectuar rescisões de contratos com os colaboradores há mais anos na empresa. Desde motoristas aos serviços, todos os departamentos serão afectados. «Não são oportunos comentários, neste momento», disse fonte oficial da Carris.
Os despedimentos serão faseados, sendo que a maioria (582) está reservada para 2012. No último trimestre deste ano, segundo as estimativas da Carris enviadas ao SOL, 53 trabalhadores irão abandonar a empresa. O SOL sabe que mais de 40 colaboradores já aceitaram também sair. «São pessoas com a corda na garganta», diz um dos trabalhadores.
Os cortes irão provocar a paralisação de 90 dos actuais 690 autocarros ao serviço da Carris, que prepara assim a fusão anunciada com a empresa liderada por Cardoso dos Reis.
O Metro de Lisboa, por seu lado, sofrerá uma redução de 22% no número de trabalhadores, de 1.664 para 1.300. A administração «tem efectuado alguns contactos com colaboradores mais velhos para estes se reformarem», disse ao SOL um elemento da comissão de trabalhadores. Contudo, o plano que levará à redução de mais de 350 trabalhadores só será colocado em marcha no próximo ano. «Temos consciência de que a fusão levará à dispensa de trabalhadores», refere a mesma fonte.
O maior número de colaboradores irá sair da CP – Comboios de Portugal. A empresa quer cortar 725 postos de trabalho em 2012, naquele que será o maior corte de sempre da última década transportadora. A CP irá alcançará uma dispensa total de 938 trabalhadores em dois anos, ou seja, 30% do efectivo. O Governo vai retirar 450 Km de via férrea à operação da CP, segundo o Plano Estratégico dos Transportes, baixando as necessidades de pessoal da empresa.
«O número deve ser ainda superior», diz ao SOL o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, José Manuel Oliveira,
A redução da actividade da CP tem efeitos em todo o sector. A EMEF, empresa do grupo CP, está a avaliar o encerramento das operações no Barreiro e em Guifões, no Porto, já no primeiro trimestre de 2012. O fecho das oficinas do Barreiro será total, deixando sem trabalho cerca de 250 trabalhadores. Já o corte em Guifões será parcial, sendo que a EMEF vai manter a secção dedicada à manutenção de comboios do Metro do Porto, fechando a parte dedicada às composições da CP. Cerca de 70 trabalhadores terão de sair.
Serão 320 trabalhadores a menos na EMEF, do total de 1.486 existentes no final do ano passado, segundo o relatório e contas de 2010, ou seja, 22% dos efectivos.
À excepção da Carris, as restantes empresas não responderam ao SOL em tempo útil.

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=34944

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