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28/11/2011

Mais de mil trabalhadores e autarcas do Baixo Alentejo contestam cortes nos subsídios

Mais de mil trabalhadores e autarcas de 11 municípios  PS e CDU do Baixo Alentejo concentraram-se hoje, em Beja, para contestar  os "impactos negativos" do Orçamento do Estado (OE) para 2012, que as autarquias  consideram "desastroso". 
A sessão pública, que decorreu na Praça da República, serviu para os  autarcas "esclarecerem" os trabalhadores sobre os "impactos negativos" do  OE na vida das autarquias e respetivos funcionários e populações da região.
Na sessão, promovida pelo conselho executivo da Comunidade Intermunicipal  do Baixo Alentejo (CIMBAL), os autarcas apresentaram ainda as suas reivindicações  relativas ao OE e os trabalhadores, através de faixas, contestaram medidas.
"O roubo de salários é uma vergonha nacional", "O Poder Local Democrático  não é culpado` da crise" e "Contra a extinção de autarquias" eram algumas  das frases das faixas. 
O OE para 2012 é "desastroso para o poder local e populações" e, se  for a aprovado tal como está, vai ter "efeitos negativos" nos investimentos,  funcionários e serviços das autarquias, no "combate à crise" e na "garantia  da coesão social e territorial" do Baixo Alentejo, disse o presidente do  conselho executivo da CIMBAL e da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente (PS).
No OE para 2012, "prevê-se uma diminuição de 120 milhões de euros" nas  transferências para as autarquias a nível nacional e de "mais de cinco milhões  de euros" no distrito de Beja, o que vai "prejudicar as populações", disse  o vice-presidente do conselho executivo da CIMBAL e da Câmara de Serpa,  João Rocha. 
Devido aos cortes nas transferências, as autarquias vão ter orçamentos  que, "em muitos casos, dificilmente darão para mais do que os serviços obrigatórios  e correntes dos municípios", alertou Jorge Pulido Valente. 
Os limites aos empréstimos, a redução de funcionários em dois por cento  e de dirigentes municipais em 15 por cento, uma "intromissão" na autonomia  do poder local, a obrigatoriedade de as faturas serem pagas por antiguidade,  "um drama para qualquer câmara", e os cortes "inadmissíveis" nos subsídios  de férias e de Natal são alguns dos "impactos negativos" do OE contestados  pelos autarcas. 
Entre as reivindicações, os autarcas defenderam a hipótese de as autarquias  poderem usar parte das verbas do Banco Europeu de Investimentos (BEI), que  o Governo vai usar para "pagar dívidas das empresas públicas e financiar  o plano de investimentos da administração central". 
Através de parte das verbas do BEI, as autarquias vão poder "regularizar"  as dívidas "mais antigas e significativas" e, desta forma, "reequilibrar"  as finanças, explicou Jorge Pulido Valente. 
Os autarcas, através de Jorge Pulido Valente, mostraram-se preocupados  com os "atrasos, adiamentos ou paragens" nos projetos "cruciais" para o  Baixo Alentejo, como Alqueva, construção da A26, entre Sines e Beja, e da  requalificação do IP2, entre São Manços e Castro Verde. 
Jorge Pulido Valente criticou também a "falta de investimento" no aeroporto  de Beja, que, lamentou, "tem vindo a ser considerado" pelo Governo como  um "problemas" e não uma "oportunidade". 
A sessão de hoje foi decidida pelo conselho executivo da CIMBAL com  os votos a favor de 12 dos 13 municípios que integram a entidade, seis do  PS e seis da CDU, e a abstenção do de Almodôvar, do PSD. 
No entanto, na sessão de hoje participaram autarcas e trabalhadores  dos municípios socialistas de Aljustrel, Beja, Cuba, Mértola e Ourique e  dos comunistas de Alvito, Barrancos, Castro Verde, Moura, Serpa e Vidigueira,  mas faltaram os do município PS de Ferreira do Alentejo.  


 
http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/oe2012/article1039449.ece

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