Ao final do segundo dia de greve, a Fiequimetal/CGTP-IN refutou os «malabarismos» da administração do Grupo Galp Energia, reafirmou a «enorme adesão» dos trabalhadores e avisou que a luta vai continuar.
A paralisação total iniciou-se às zero horas de segunda-feira e iria prolongar-se até às 24 horas de ontem. Foi antecedida de recusa ao trabalho extraordinário, no fim-de-semana. Os trabalhadores exigem um aumento salarial mínimo de 55 euros (que equivale a uma subida média de 2,8 por cento) e pretendem que a empresa mantenha a distribuição de lucros ao pessoal, proporcional ao verificado no ano anterior.
A greve - esclareceu anteontem a federação sindical do sector - «foi convocada para a Petrogal, empresa que tem um efectivo de cerca de dois mil trabalhadores e que é determinante no Grupo Galp Energia (com 67 empresas e cerca de 5700 trabalhadores)». Mas, como há trabalhadores da Petrogal a laborar noutras empresas do grupo, em regime de cedência ocasional, o pré-aviso de greve foi emitido de forma a que também eles fossem abrangidos. Ora, «a administração, ao divulgar as adesões à greve na Petrogal, utiliza o número total de trabalhadores do Grupo Galp Energia, sabendo que está a falsear, conscientemente, a realidade».
A adesão foi muito elevada desde o primeiro momento. Na refinaria de Leça (Matosinhos, Porto), o nível praticamente total de participação na greve levou a que, às seis horas da manhã de segunda-feira, depois de assumir o controlo das instalações, o piquete decidisse o encerramento total da produção, o que levou também à paragem das obras de alargamento, que ocupam milhar e meio de trabalhadores. Estes, nos contactos com o piquete, demonstraram compreensão e solidariedade e, por outro lado, revelaram as duras condições em que trabalham, com grandes níveis de precariedade, salários baixos e remunerações não declaradas pelos patrões. À entrada da refinaria formou-se uma fila de dezenas de camiões-cisterna, impedidos de abastecer.
Na nota que divulgou à imprensa, terça-feira à noite, a Fiequimetal destaca «a enorme adesão dos trabalhadores à greve, particularmente nos sectores operacionais», «sempre acima dos 80 por cento», e a «paralisação total dos sectores vitais das refinarias do Porto e de Sines».
http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33357&area=4
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