As concentrações distritais de funcionários públicos contra a destruição de direitos e de serviços públicos, promovidas pela Frente Comum, reforçaram ainda mais a determinação dos trabalhadores para prosseguirem a luta.
As acções iniciadas dia 12, muitas com desfiles de protesto, em todas as capitais de distrito, e que culminaram junto dos governos civis, pretenderam «sensibilizar a opinião pública para o nosso profundo descontentamento, decorrente dos problemas que os funcionários públicos e as populações estão a viver», afirmou ao Avante!, a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, na acção, em Lisboa, iniciada terça-feira, junto à Basílica da Estrela. Nesta iniciativa, que terminou junto à residência oficial do primeiro-ministro, também participou o secretário-geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva.
Aqui e nos governos civis de Guarda, Coimbra, Aveiro, Viseu, Bragança, Vila Real, Braga, Viana do Castelo, Portalegre, Beja, Évora, Setúbal, Castelo Branco, Faro, Leiria e Santarém foram entregues moções e resoluções, aprovadas pelos trabalhadores, em “tribunas públicas”.
Anteontem, à tarde, o protesto no Porto, culminou duas semanas de protestos, que «deixaram os trabalhadores ainda mais mobilizados para prosseguirem com a luta, como veremos no 1.º de Maio, e na grande manifestação nacional que faremos no fim do próximo mês, e que trará, a Lisboa, muitos milhares de trabalhadores», garantiu Ana Avoila.
«Chegou o momento de a população prestar toda a solidariedade com estas lutas, até porque estes congelamentos e cortes nos rendimentos terão semelhantes consequências, também para os trabalhadores no sector privado», avisou Ana Avoila.
Em todas as acções, a FCSAP fez um forte apelo às populações, através da distribuição de comunicados, para que se mobilizem e lutem «contra uma política que, prosseguindo, certamente que destruirá os seus direitos sociais», explicou a dirigente sindical, salientando «a importância de se reforçar a participação numa luta que «está em crescendo».
«Esta é uma luta que vai ser longa e intensa, porque é tão necessário combater a retirada de direitos e os cortes salariais e nas pensões, como impedir que as medidas, extremamente gravosas para toda a população, contidas no PEC, se transformem em lei». «Se o Governo congela salários, pensões e reformas, a consequência será uma ainda maior degradação das economias regionais», explicou.
A Frente Comum distribuiu à população documentos onde «explicamos quem ganha com esta crise, quais as suas consequências, e como têm sido prejudicados os funcionários públicos, que não têm prémios de avaliação como o de António Mexia», acusou Ana Avoila.
Muito graves consequências
Para a Frente Comum de Sindicatos, a política de direita do Governo PS terá muito graves consequências para toda a população, pois, «em muitas regiões, a Administração Pública é a entidade empregadora mais importante, da qual depende o desenvolvimento económico e social», lembrou Ana Avoila.
Nas resoluções aprovadas nas acções distritais foram reclamados melhores salários e pensões justas, condições dignas de aposentação, estabilidade no emprego, e foram reprovadas as medidas contidas no PEC e a destruição do vínculo de nomeação. Foi reivindicada uma avaliação de desempenho justa, que substitua a do Governo PS, bem como a contagem integral do tempo de serviço para efeitos de reforma. Foi reprovada a destruição das carreiras específicas, a polivalência e a «mobilidade especial», e exigida uma Administração Pública com qualidade e eficaz, ao serviço do desenvolvimento económico e social do País e das populações.
http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33356&area=4
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