Vinte e um anos depois do “secos e molhados”, o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP) volta, esta quarta-feira, a dizer que os agentes se confrontam com problemas mais graves do que os que motivaram o protesto de 21 de Abril de 1989. Em declarações à TSF, o presidente do sindicato, António Ramos, frisou que as dificuldades se agravaram desde que José Sócrates e o Partido Socialista chegaram ao poder.
«Nós ao longo destes cinco anos, sofremos um retrocesso em todas as áreas. Este Governo retirou-nos poucos direitos auferidos pelos profissionais da PSP, que já vinham do tempo do Salazar, como o regime especial. O Governo tirou-nos esse estatuto e considerou-nos funcionários públicos, aumentou-nos a idade da reforma, retirou-nos os nossos familiares dos serviços de saúde e, neste momento, estamos muito pior do que em 1989», defendeu António Ramos.
No debate desta tarde, que contará com a presença de deputados e os líderes centrais sindicais UGT e CGTP, será realçada a importância da data para a Polícia, contando tudo o que se viveu a 21 de Abril de 1989, sendo que polícias que estiveram do lado dos “secos” e dos “molhados” vão também “reviver” o acontecimento.
Depois da concentração na Praça do Comércio, os agentes seguem para o Ministério da Administração Interna onde vão entregar um caderno de reivindicações.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) também vai assinalar a data, enviando uma carta ao mesmo ministro, Rui Pereira, como sinal de reprovação da postura que o Governo tem apresentado.
«Uma das grandes questões que vai estar em debate é o facto de a administração e o próprio Governo continuarem a olhar para os sindicalistas da PSP como adversários e não como parceiros. O 21 de Abril de 1989 pretendia justamente aproximar os profissionais da sociedade, mas também da administração do Governo, para que se pudesse ter uma polícia melhor e mais preparada. Esse objectivo não foi conseguido», destacou o presidente da ASSP, Paulo Rodrigues.
A 21 de Abril de 1989, os policiais exigiam a liberdade sindical, uma folga semanal, transparência na justiça disciplinar com direito de defesa, melhores vencimentos e condições laborais.
A manifestação acabou em confrontos com o Corpo de Intervenção da PSP a lançar jactos de água e a usar bastões para dispersar o protesto dos polícias, na Praça do Comércio, enquanto a delegação de seis agentes que estava dentro do Ministério da Administração Interna para entregar um caderno de reivindicações acabou detida.
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1549533
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