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03/05/2010

Refinaria do Porto: Trabalhadores votam hoje regresso à greve em Maio

Os trabalhadores da refinaria do Porto da Petrogal votam hoje a realização de uma nova greve, em Maio e por um período "nunca inferior" aos três dias da paralisação de Abril, em protesto contra a atualização salarial proposta pela empresa.

Segundo adiantou à agência Lusa o coordenador da comissão sindical negociadora da Federação das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Elétrica, Energia e Minas (Fiequimetal), para terça feira estão marcados os plenários dos trabalhadores da sede, em Lisboa, e da refinaria de Sines.

"Não tivemos nenhum 'feedback' da administração [da Galp Energia, depois da greve de abril], por isso o que se vai propor é a continuação da greve", afirmou Armando Farias.

Segundo o dirigente sindical, a decisão final será tomada em plenário, assim como a definição das datas e duração do protesto, "mas a proposta é que se realize em meados de maio" e, em princípio, "nunca [por um período] inferior" ao da greve de abril, que durou três dias.

De acordo com Armando Farias, a comissão sindical negociadora apresentou há cerca de semana e meia "uma proposta para uma reunião com a administração", com vista ao retomar das negociações salariais, mas não obteve ainda resposta.

"Demos tempo suficiente e marcámos os plenários. Se a administração tivesse vontade, já teve tempo suficiente [para responder]", sustentou, assegurando: "A partir de segunda feira, se for decidida a greve, vamos para a greve".

Segundo o sindicalista, o plenário de hoje no Porto está marcado para as 14:30, enquanto os de terça feira acontecerão às 10:30 em Lisboa e às 18:00 em Sines.

Na base do protesto dos trabalhadores da Galp Energia - que estiveram já em greve entre 19 e 21 de abril - estão os aumentos salariais propostos pela empresa após as várias rondas negociais realizadas, considerados insuficientes pelos sindicatos.

A empresa avança um aumento de 1,3 por cento para salários até 2.310 euros e de 1 por cento para salários superiores, mas os sindicatos reclamam uma distribuição de lucros e um aumento salarial de 2,8 por cento, com 55 euros de aumento mínimo.

O argumento da Galp de que "não tem condições" para atender a estas reivindicações é refutado pelos trabalhadores com base nos "lucros fabulosos de 213 milhões de euros" obtidos pela empresa em 2009.

"Em 2009, 20 gestores receberam 6,2 milhões de euros de remunerações", afirma Armando Farias, destacando que "menos de metade daquilo que receberam estes 20 senhores dava para satisfazer a totalidade das reivindicações de mais de 2.000 trabalhadores".

Segundo refere, esta é uma situação "inqualificável" contra a qual "até a classe política, incluindo o próprio Presidente da República, no discurso do 25 de abril, se insurge".

"O problema é que falam muito, mas não resolvem nada, porque podiam legislar para obrigar as empresas com estes lucros a distribuírem uma parte aos trabalhadores e para limitar os ordenados dos gestores", sustentou.

http://www.destak.pt/artigo/62168

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