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26/04/2010

Greve nos transportes junta sindicatos CGTP e UGT pela primeira vez desde 2003

Pela primeira vez desde 2003, os sindicatos dos transportes da UGT, da CGTP e independentes unem esforços numa greve conjunta que amanhã promete paralisar autocarros, comboios e barcos um pouco por todo o país. Na origem do protesto estão, entre outros motivos, o congelamento dos salários tanto nas empresas públicas como privadas.

Nas principais cidades os transportes públicos vão circular com restrições. Na zona da grande Lisboa, os autocarros da Carris e dos Transportes Sul do Tejo, os comboios da CP e os barcos da Transtejo e da Soflusa, que fazem a ligação entre Lisboa e a margem Sul, param durante todo o dia. Mas o impacto da greve acabará por ser mais restrito, uma vez que a Metro de Lisboa e as empresas de transportes dos arredores da capital (Vimeca ou Lisboa Transportes, por exemplo), não aderiram à paralisação.
Na península de Setúbal, os trabalhadores da Atlantic Ferries, empresa que liga Setúbal a Tróia, também fazem greve de três horas por cada turno, para expressarem o seu receio de despedimentos devido à redução das ligações entre as duas localidades.

No Porto a greve deverá ter consequências mais significativas na vida dos passageiros, dado que além dos transportes urbanos do Porto também as empresas privadas de transportes nas cidades dos arredores vão circular com restrições, segundo as informações recolhidas junto da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans). Também no Porto o metro será a excepção que confirma a regra.

A paralisação deverá durar 24 horas, mas as perturbações causadas aos utentes vão depender do grau de adesão. Amável Alves, dirigente da Fectrans, uma das federações que incentivou a greve conjunta, prefere não avançar com previsões muito precisas: "temos indicações de que a adesão será elevada".
A decisão de convocar greves coincidentes foi tomada numa reunião de 29 de Março que juntou duas dezenas de representantes de organizações sindicais ligadas à CGTP, UGT e independentes.

Na origem desta jornada de luta estão diversas razões, mas há pontos em comum o que levou os sindicatos das duas centrais a juntar os protestos no mesmo dia para assim conseguirem resultados mais visíveis.

A principal razão é o congelamento dos salários tanto nas empresas públicas como privadas. "Mesmo as empresas privadas que apresentaram lucros no final do ano estão a seguir a orientação do Estado e a proposta que fazem aos trabalhadores é deixar tudo com está", relata Amável Alves, dirigente da Fectrans, que apresentou como orientação geral para a negociação dos salários um aumento de quatro por cento em 2010.

Associado à perda do poder de compra está o bloqueio da negociação entre patrões e trabalhadores. Segundo os sindicatos, as associações patronais argumentam que a retoma ainda vem longe. As excepções são a TAP, do sector da aviação, que conseguiram aumentos salariais este ano, e o metro do Porto, onde também haverá actualização das remunerações.

A decisão de "privatizar empresas como a TAP, os CTT e a CP, entre outras empresas estratégicas", é outro dos motivos invocados pelos sindicatos. É por isso que também os correios vão estar em greve de 24 horas igualmente na próxima terça-feira.

http://publico.pt/Economia/greve-nos-transportes-junta-sindicatos-cgtp-e-ugt-pela-primeira-vez-desde-2003_1433970

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