Fecharam ontem ao final da tarde as últimas 16 lojas, a maioria no Algarve
"Era inevitável o fecho das lojas da Alisuper, devido à impossibilidade de a administração poder aumentar a dívida acumulada, resultante da própria lei. Só esperamos a viabilização do grupo, pois, caso contrário, será um drama para toda a região do Algarve, com mais de mil desempregados" (directos e indirectos) a somar aos já existentes. Foi esta a reacção expressa ao DN por José Carlos Parreiro, da Comissão de Trabalhadores do grupo Alicoop, detentor das empresas Alisuper, Macral e Geneco, a propósito do encerramento, ao final da tarde de ontem, dos últimos 16 supermercados daquela cadeia ainda em funcionamento.
Treze das lojas funcionavam no Algarve e as restantes três na zona de Lisboa, somando-se agora mais 58 trabalhadores aos 380 que já tinham os seus contratos suspensos desde o início de Março.
O presidente do grupo Alicoop, José António Silva, diz que a decisão visa "proteger a massa insolvente, para não agravar a dívida", no montante de 80 milhões de euros. Isto "sempre com o intuito de proteger a empresa e como meio para viabilizar um plano", acrescentou. Contudo, como frisou José Carlos Parreiro, representante dos trabalhadores, a situação que se tem arrastado "gera cansaço, desespero e casos de angústia, o que causa desgaste nas pessoas".
"A única coisa que nos resta é esperar que haja a melhor resolução possível, que passará pela viabilização do grupo e a manutenção dos postos de trabalho", acrescentou Parreiro, apontando para mais de um milhar de desempregados caso as lojas não reabram, o que tornará também impossível a muitas empresas locais escoarem os seus produtos.
Com sede em Silves, o grupo Alicoop tem 81 supermercados Alisuper - 70 no Algarve e 11 em Lisboa - e quase 500 trabalhadores. O processo de insolvência já decorre desde Agosto do ano passado, por dívidas acumuladas. Face à recusa da Caixa Geral dos Depósitos em disponibilizar 1,5 milhões de euros para juntar ao crédito de outras instituições bancárias, na sequência do plano de viabilização no total de 5,5 milhões, uma das alternativas para salvar a Alicoop passará por mais de 150 pequenas e médias empresas credoras. Estas estão dispostas a transformar parte dos seus créditos em capital, num montante de 14 milhões de euros, tornando-se accionistas do grupo. Este plano poderá contar com financiamentos bancários e do IAPMEI - Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas.
http://dn.sapo.pt/bolsa/emprego/interior.aspx?content_id=1558021
Sem comentários:
Enviar um comentário