Os 120 anos da celebração do Dia Internacional dos Trabalhadores - a que dedicamos este caderno do Avante! - marcam as quase quatro dezenas de manifestações de rua, num total de quase uma centena de iniciativas, que a CGTP-IN leva a cabo em todos os distritos e nas regiões autónomas, sob o lema «É Tempo de Mudar, Com a Luta de Quem Trabalha». Este ano festeja-se ainda o 40.º aniversário da fundação da Intersindical, a 1 de Outubro.
«É preciso lutar para mudar», apela a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional, no manifesto distribuído nos últimos dias, em empresas e nas ruas. Ocorrendo as comemorações do 1.º de Maio «num quadro de grandes dificuldades para a grande maioria dos trabalhadores portugueses», a Inter avisa, mais uma vez, que «é preciso dizer não às políticas que o Governo Sócrates, com o apoio expresso ou implícito dos partidos de direita e também do Presidente da República, se propõe aplicar» e que «vão no sentido de reforçar as mesmas orientações e medidas que conduziram ao debilitamento da estrutura produtiva, ao aumento do desemprego e ao acentuar das clivagens e desigualdades sociais».
Em causa, muito concretamente, está o PEC do Governo, um plano que se apresenta como sendo «de estabilidade e crescimento», mas que, como a CGTP-IN alerta, «representa quatro grandes perigos, que é necessário afastar: o agravamento da situação económica; a desarticulação de serviços do Estado; o aumento das desigualdades; e a acentuação do endividamento do País».
A central reafirma que «há alternativas» e que «a luta dos trabalhadores é imperiosa para mudar o rumo do País, para travar uma situação de declínio económico e uma crise social ainda mais grave».
Do vasto rol de propostas e reivindicações que o movimento sindical unitário tem apresentado ao Governo e ao patronato, são destacados quatro pontos no manifesto deste 1.º de Maio: a criação de emprego e o devido apoio aos desempregados; o ataque à precariedade de emprego; o combate às desigualdades e à pobreza; e o aumento dos salários de todos os trabalhadores.
O aumento dos salários é apontado como «justo e inadiável», destacando a CGTP que: um terço dos trabalhadores ganha menos de 500 euros; o nível de vida caiu, de 78 por cento da média europeia, em 2000, para 76 por cento, em 2008; em sete anos, o leque salarial alargou-se (de 4,4 para 6,1), favorecendo quem mais ganha; os grupos económicos e financeiros continuam a acumular lucros; os gestores são dos mais bem pagos da Europa.
A central valoriza o contributo das lutas dos trabalhadores, ao longo dos anos, para que fossem alcançadas «significativas conquistas nas relações de trabalho», referindo algumas cuja consolidação e evolução no sentido do progresso social se exige na luta do dia-a-dia, designadamente os direitos «ao emprego com direitos, a um salário digno, a um horário que assegure a conciliação da vida profissional com a familiar, a condições de segurança, higiene e saúde no trabalho, ao respeito pelos contratos colectivos e pelas leis que fundamentam a matriz da acção sindical dos trabalhadores portugueses».
Estes objectivos, com diferente peso relativo nos diversos sectores e empresas, têm marcado as lutas desenvolvidas nos últimos meses. As acções do Dia do Trabalhador serão ponto de convergência dos protestos que se fizeram ouvir por todo o País, em greves e concentrações, em manifestações distritais e sectoriais, na manifestação nacional da juventude trabalhadora, há um mês. Mas, como a central tem adiantado, o 1.º de Maio apontará também caminhos para elevar as lutas a novos patamares, até que se alcance a necessária mudança.
Todos ao 1.º de Maio!
Lisboa: 14.30 horas, do Martim Moniz para a Alameda D. Afonso Henriques
Porto: 15 horas, Avenida dos Aliados
Aveiro: 15 horas, do Largo da Estação para o Largo do Rossio
Beja: 11 horas, da USB/CGTP-IN até ao Parque de Merendas; também nas barragens do Roxo e do Enxoé
Braga: 16 horas, no Largo do Toural, em Guimarães
Bragança: a partir das 10 horas, na Praça Cavaleiro Ferreira (Bragança) e na Praça Francisco Meireles, em Torre de Moncorvo
Castelo Branco: 14 horas, no Centro Cívico (Docas), em Castelo Branco; 15.30 horas, junto ao Pelourinho, na Covilhã; também na Panasqueira, em Unhais da Serra e Tortosendo
Coimbra: 14.30 horas, da Praça da República para a Praça 8 de Maio, em Coimbra; 15 horas, no Jardim Municipal da Figueira da Foz
Évora: 12 horas, da Praça do Giraldo para o Jardim Público; também em Montemor-o-Novo, Vendas Novas e Vila Viçosa;
Faro: 16 horas, na Alameda
Guarda: 15 horas, Parque Rio Diz; também em Gouveia e São Romão
Leiria: 15 horas, do Largo Santo Agostinho para a Praça Rodrigues Lobo
Lisboa: Torres Vedras, a partir das 10 horas, no Choupal
Portalegre: 11 horas, da Av. da Liberdade para a Praça da República
Santarém: 15 horas, Largo Cândido dos Reis
Setúbal (concelhos de Palmela e Setúbal): 14 horas, do Jardim do Quebedo para a Av. Luísa Todi; também em Grândola, Sines, Santiago do Cacém (Rio da Figueira) e Alcácer do Sal (barragens do Pego do Altar, do Vale do Gaio e da Azenha)
Viana do Castelo: 15.30 horas, na Praça da República
Vila Real: 15 horas, Largo da Capela Nova, também em Chaves e Peso da Régua
Viseu: 14.30 horas, no Rossio; também em Lamego e Mangualde
RA Açores: em Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada (Ribeira Grande)
RA Madeira: 17.30 horas, no Jardim Municipal, com ida até à Assembleia Legislativa Regional
http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33472&area=5
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
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