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25/04/2010

Abril, presente e necessário

Comemora-se o 25 de Abril num contexto nacional e internacional profundamente sombrio e preocupante.

Eram também sombrios e preocupantes os dias que, há 36 anos, antecediam a arrancada patriótica dos militares de Abril e o extraordinário movimento popular, democrático e revolucionário que se lhe seguiu.

E no entanto num muito curto período de tempo a face do país mudou radicalmente, confirmando que existem momentos na vida dos povos em que a história dá impressionantes saltos em frente. Não há dificuldades e condições históricas adversas que não possam ser superadas pela acção revolucionária de um povo em luta.

Uma das mais fundas contradições da história portuguesa do séc. XX reside na coexistência da mais longa ditadura fascista com a mais tenaz e heróica resistência popular.

Essa ditadura é inseparável da natureza historicamente dependente e profundamente reaccionária da burguesia portuguesa, apoiada e subordinada ao imperialismo na opressão do seu próprio povo e dos povos submetidos à dominação colonial.

Também nos dias de hoje as profundas dificuldades vividas pelos trabalhadores e pelo povo são, em última análise, resultado de comportamentos e opções políticas em muito semelhantes às condições que sustentaram o regime fascista: a aversão ao progresso e aos direitos e liberdades dos trabalhadores, a abdicação do interesse e da soberania nacional, a escandalosa prosperidade de meia dúzia assente na exploração, no atraso e na pobreza do povo e do país. São essas as opções de fundo de quase 35 anos de política de direita protagonizada - à vez ou simultâneo - por PS, PSD e CDS-PP. E entre os traços preocupantes dos dias de hoje está a determinação desses partidos, não em corrigir essa política, mas em radicalizá-la.

Os fulgurantes dias de Abril mostraram que Portugal não estava nem está condenado a uma tal situação nem ao prosseguimento deste caminho de desastre.

Tanto antes como depois de Abril, reside na luta dos trabalhadores e do povo a força determinante para a construção de um Portugal democrático, livre e independente, irmão de luta de todos os povos no combate por um mundo de progresso e de paz.

Os Editores de odiario.info

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