Segundo Victor Tavares, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM) de Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra, só “cerca de 30 operários” é que hoje estão a trabalhar, porque os restantes “estão de férias”.
O sindicalista contou à Lusa que os operários que a partir de hoje ficam desvinculados da fábrica e que já não estão ao serviço, só regressam à empresa, entre hoje e quinta-feira, para levantarem os documentos que lhes darão direito ao subsídio de desemprego.
Entre terça e quinta-feira terão que se dirigir ao Centro de Emprego da Guarda para realizarem a inscrição para emprego, como ficou acordado em reuniões da direção daquela entidade com os despedidos, adiantou o dirigente sindical.
Victor Tavares disse ter conhecimento que as indemnizações já foram pagas, recordando que foi celebrado um protocolo entre a Delphi e os sindicatos que permitiu o pagamento de dois meses de salários por cada ano de trabalho a cada operário dispensado.
O dirigente do STIMM mostra-se preocupado com o destino dos desempregados, assumindo que “o futuro não se vê muito risonho”.
“Tanto na Guarda como no distrito, a oferta de trabalho não é grande”, declarou, recordando que dos 315 despedidos em dezembro do ano passado “só dois ou três” é que “arranjaram trabalho” por conta própria.
José Simões, secretário geral do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), que também está a acompanhar a situação na Delphi, disse à Lusa que a empresa está a cumprir “a 100 por cento” o que acordou com os sindicatos.
Recordou que existe uma cláusula no acordo que prevê que, no caso de a Delphi voltar a recrutar pessoas, “as primeiras a poderem ser chamadas são as que saem” da empresa.
“É uma questão moral” qa ue as empresas “também têm que se habituar a ter nestes casos”, observou José Simões, apontando que num cenário dessa natureza, alguns dos agora despedidos “podem ter interesse em voltar”.
No âmbito do processo de despedimento coletivo de 286 trabalhadores da Delphi, também será dispensado um operário a 30 de abril e 27 trabalhadores a 24 de maio, que se irão juntar aos 315 afastados em dezembro de 2009, ficando a empresa laborar com apenas 314.
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