Sara Antunes
O indicador da actividade económica acentuou a queda e registou a pior leitura desde Março de 1984. O indicador de consumo privado seguiu a mesma tendência, acentuando a queda, que já era a mais acentuada desde 1978.
Os dados são do Banco de Portugal e revelam o que já se esperava: uma deterioração da economia e do consumo. As leituras dos indicadores de conjuntura são mês, para mês, mais pessimistas.
O indicador coincidente da actividade registou uma queda de 3% em Setembro, o que compara com os 2,4% registados no mês anterior. Esta é a descida mais acentuada desde Março de 1984, de acordo com os dados do Banco de Portugal.
A actividade económica está a deteriorar-se há 16 meses consecutivos, tendo entrado em terreno negativo há oito meses. Este dado confirma as expectativas, que apontam para que Portugal, que entrou em recessão no primeiro trimestre deste ano, continue a observar uma contracção da economia até 2012.
O indicador de consumo verificou uma queda de 4,4%, acentuando assim a tendência que já vinha a observar. Esta é descida mais acentuada desde que há dados (1978) e representa a 10ª queda consecutiva.
O consumo das famílias tem vindo a descer a reflectir vários factores. A Função Pública viu os seus salários cortados a partir dos 1.500 euros, a taxa máxima do IVA passou de 21% para 23%, o desemprego aumentou e a incerteza sobre o futuro continua elevada.
As previsões apontam para que este cenário se mantenha nos próximos meses. A deterioração do consumo deverá ser ainda mais visível no próximo ano, depois do Governo ter decretado o corte dos subsídios de férias e de Natal para os funcionários públicas, reformados, e trabalhadores de empresas do sector empresarial do Estado.
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