Lígia Simões
Sindicatos marcaram hoje um conjunto de greves parciais dos transportes a concretizar ainda antes da paralisação de 24 de Novembro.
Os activistas sindicais e trabalhadores do sector dos transportes aprovaram hoje um conjunto de greves parciais a concretizar no dia 8 de Novembro em várias empresas públicas de transportes, que levarão a paralisações sucessivas ao longo desse dia antes da Greve Geral de 24 de Novembro, convocada pela CGTP e 'seguida' pela UGT.O Metropolitano de Lisboa, a Soflusa, a Transtejo, a Carris, a Refer, a CP e CP Carga e a STCP são as empresas em que vão decorrer várias horas de paralisação.
"A expectativa é a de que as empresas públicas de transporte venham a paralisar quase na totalidade no dia 8 de Novembro, na sequência das várias paralisações destas empresas em horários diferentes", revelou ao Económico José Oliveira, coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), após o encontro no gabinete do primeiro-ministro, realizado ao início da tarde onde os sindicalistas entregaram uma resolução onde os trabalhadores dos transportes expressam as suas preocupações e dão conta do conjunto de greves parciais a realizar a 8 de Novembro.
As greves foram decididas no âmbito de uma resolução aprovada hoje de manhã numa concentração de trabalhadores e activistas sindicais do sector dos transportes, que se realizou no Largo Camões, em Lisboa. Depois de aprovada a resolução, os manifestantes seguiram em desfile para a residência oficial do primeiro-ministro para entregar o documento. "Reunimos mais de cinco mil pessoas, o que é já um indício da grande participação das greves de 8 e 24 de Novembro", frisa José Oliveira do SNTSF.
Na sequência de uma reunião do SNTSF, hoje realizada com os representantes dos trabalhadores, dirigentes e delegados sindicais e membros das comissões de trabalhadores da Refer, EMEF, CP e CP Carga decidiram "apelar a uma forte unidade dos trabalhadores ferroviários, num dia de luta do sector dos transportes a realizar dia 8 de Novembro".
Do encontro saiu uma resolução, onde os sindicalistas dão conta que "os trabalhadores ferroviários estão a ser vítimas de uma brutal ofensiva que, sendo comum a todos os trabalhadores portugueses, tem aspectos e características próprias com objectivo da destruição da componente pública e social do sector e privatização das partes potencialmente rentáveis". Destacam entre as medidas governamentais previstas a redução da rede ferroviária nacional com desactivação de mais 600 Km, a redução da oferta de serviços, fecho de estabelecimentos e oficinas e o aumento dos custos para os utentes ao nível daquilo que é praticado pelas empresas privadas.
O sindicato aponta ainda a "brutal redução de postos de trabalho, com o recurso à forma de despedimento", a redução das remunerações e a não aplicação de regras acordadas nos Acordos de Empresa (AE), bem como a retirada de direitos e anulação dos actuais AE, nomeadamente, frisa o SNTSF, do AE em vigor na CP-Carga, como primeiro ensaio de uma medida para todas as empresas do sector público de transportes.
Na sequência da reunião, os sindicalistas decidiram mandatar as organizações promotoras do plenário de ontem para "procurarem alargar o movimento de defesa do carácter público e social a outras organizações de trabalhadores, de utentes e a todos os que se identificarem com esta reivindicação", lê-se num comunicado do SNTSF.
Na sequência da reunião, os sindicalistas decidiram mandatar as organizações promotoras do plenário de ontem para "procurarem alargar o movimento de defesa do carácter público e social a outras organizações de trabalhadores, de utentes e a todos os que se identificarem com esta reivindicação", lê-se num comunicado do SNTSF.
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