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04/01/2011

CGTP acusa governo de querer camuflar a realidade

Para a CGTP não há qualquer dúvida. «O Governo pretende esconder os dados do Desemprego», afirma Eugénio Rosa, economista que é membro do gabinete de estudos da central sindical da Vítor Cordon. E o novo método do Instituto Nacional de Estatística para recolher dados do desemprego «presta-se a isso».

O economista acusa o Governo de «tentar esconder a todo o custo» o «problema social mais grave e dramático que Portugal enfrenta neste momento».

O «Governo tem feito tudo para desacreditar os números do desemprego divulgados pelo INE, ou ignorando esses dados, ou utilizando os dados divulgados pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), que são facilmente manipuláveis, já que não são conhecidas publicamente as regras para a sua construção, para reduzir os efeitos do impacto dos dados do INE», acusa Eugénio Rosa

«E agora, o presidente do INE decidiu dar uma ajuda ao Governo na sua campanha para ocultar a situação dramática do desemprego em Portugal, anunciando, que o inquérito trimestral sobre o emprego e desemprego em Portugal, por razões financeiras, passaria a ser feito por telefone, o que vai pôr em causa a consistência técnica desses dados, deixando de refletir a verdadeira situação do desemprego em Portugal», acrescenta o economista.

A explicação é fácil de entender. Os inquéritos feitos em Portugal têm como base o telefone fixo, o que não abrange a totalidade da população, uma vez que existem cerca de 150 telefones móveis por 100 habitantes, e muitos lares já não têm telefones fixos.

Mas o problema é mais grave já que muitos desempregados não têm telefone nem fixo nem móvel, porque não têm dinheiro para o pagar, razão pela qual com o novo método passariam a não poder ser contactados.

«É absurdo fazer um inquérito ao desemprego por telefone, o que deixaria muitos desempregados de fora do inquérito», fazendo com que os dados não traduzam «a verdadeira dimensão do desemprego».

A «justificação do INE não tem consistência» acusa o consultor económico da CGTP que explica que «os custos financeiros não são muito elevados até porque a amostra inquirida, determinada com base em critérios científicos, abrange apenas 22.773 pessoas» e a «fiabilidade dos resultados do inquérito que é feito compensa largamente os seus custos».

Para a CGTP, só conhecendo a verdadeira dimensão do desemprego em Portugal é possível tomar medidas adequadas para o combater. «Mas esse parece não ser o objetivo deste Governo», acusa Eugénio Rosa.

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Sem-comparacoes-realidade-podera-ser-escamoteada.rtp&article=404068&layout=10&visual=3&tm=6

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