Trabalhadores da TST em greve 24 horas a partir das 3h00

Os trabalhadores dos Transportes Sul do Tejo (TST) vão realizar uma greve de 24 horas, a partir das 3hh00 da próxima madrugada, devido à falta de acordo entre a administração e os sindicatos em relação aos aumentos salariais.

“Vai ser efectuada uma greve de 24 horas que começa às 03h00 de quarta-feira e termina às 03h00 de quinta. Há 10 anos que os salários têm vindo a desvalorizar o poder de compra dos trabalhadores, com aumentos inferiores à inflação, mas pela primeira vez a empresa decidiu congelar os salários”, disse à Lusa Eduardo Travassos, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal.

O sindicalista salientou que a empresa defende que existiu uma perda de seis por cento do número de passageiros mas alega que “esconde a verdade”. “A empresa recebeu as indemnizações compensatórias do Governo, foram milhões. Estes valores superam em muito qualquer perda de passageiros. A TST é a empresa de transportes mais rentável do país”, disse.

Em relação aos serviços mínimos, Eduardo Travassos referiu que não estão previstos. “Alguns não aderem e fazem serviços mas, no nosso entendimento, a lei não impõe para este sector serviços mínimos e a empresa também não os tem requerido”, explicou.

António Correia Sampaio, administrador da TST, referiu à Lusa que as negociações com os sindicatos foram encerradas, justificando que a empresa não pode aumentar os salários. “Tendo em conta a situação económica da empresa, demos prioridade à manutenção dos postos de trabalho e ao pagamento dos salários. Não podemos fazer aumentos, tendo em atenção a situação do país e do sector dos transportes”, referiu.

O responsável defendeu que em relação ao ano anterior, registou-se uma diminuição na procura de cerca de seis por cento, o que originou percas superiores a um milhão de euros.

Em relação aos serviços mínimos, António Correia Sampaio, defendeu que não se justificam e que a empresa nunca os solicitou.

“Na última greve, em hora de ponta, tivemos cerca de 64 por cento dos transportes a funcionar. Nesta greve vão surgir perturbações, mas os principais corredores devem ser assegurados”, salientou.

O sindicalista Eduardo Travassos anunciou para quarta-feira, pelas 10h00, uma concentração dos trabalhadores dos TST em frente ao Ministério dos Transportes.

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