Depois de 43 dias de greve, os mineiros de Neves-Corvo, em Castro Verde, forçaram a administração a iniciar negociações e suspenderam a luta.
A greve de duas horas por dia, pela valorização, em cem euros, no subsídio de fundo de mina e pela obtenção de garantias de pagamento integral pelo trabalho no dia de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, foi suspensa, dia 1, depois de, numa reunião de quatro horas, a administração ter finalmente aceite, formalmente, a constituição de um grupo de trabalho, composto por representantes sindicais e da Somincor, para negociar estas matérias.
No plenário de dia 11, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM/CGTP-IN) em Aljustrel, os mineiros concederam um prazo, até amanhã, para que a administração adopte as propostas dos trabalhadores, manifestando total disponibilidade para prosseguirem com a luta, se não forem satisfeitas as suas reivindicações.
Num comunicado de dia 5, o STIM/CGTP-IN saudou a determinação dos mineiros que, «honrando as tradições de luta do sector», obtiveram este primeiro resultado depois de a administração da empresa, detida pela multinacional Lundin Mining, ter sempre recusado negociar, até àquela data.
As prioridades, nas negociações, serão sempre as reivindicações centrais que levaram os trabalhadores à luta, salientou o dirigente do STIM, Jacinto Anacleto, garantindo que «os mineiros não abdicarão do aumento no subsídio de fundo».
Greve na Panasqueira
Entre os dias 23 e a uma hora da manhã do Primeiro de Maio, os mineiros da Panasqueira cumprirão duas horas de greve, em todos os locais de trabalho, ao início de cada turno, para reclamarem aumentos salariais de 50 euros para cada um dos 320 trabalhadores. A decisão, tomada no plenário de dia 1, pretende forçar a administração a apresentar uma contraproposta, motivo que já levou os mineiros a cumprirem dois dias de greve, a 12 e a 24 de Março.
Num comunicado emitido depois do plenário, o sindicato salienta que, com a luta foi possível «a reposição do prémio de produção, a partir das 120 toneladas», embora a administração pretenda aplicar um prazo «inaceitável» para o seu pagamento.
O comunicado também recorda os «ordenados de miséria» numa actividade penosa agravada por «condições desumanas de trabalho».
Aljustrel por reactivar
Os trabalhadores e a população da Aljustrel continuam a reclamar a retoma da extracção de minério na ex-Pirites Alentenjanas, actual Almina – Minas do Alentejo, tendo o STIM/CGTP-IN e a Comissão de Trabalhadores solicitado, dia 6, reuniões no Ministério da Economia e com o Inspector-Geral do Trabalho, em Lisboa, no dia 21, para reclamarem medidas que impeçam a continuação do «atropelo aos direitos dos trabalhadores e dos seus representantes, a que a Inspecção de Beja tem feito “vista grossa”».
Num comunicado, as organizações representativas dos trabalhadores acusam a nova administração da empresa, agora do Grupo Mota-Engil, administrado pelo ex-ministro do PS, Jorge Coelho, de «tudo estar a fazer para comprometer os direitos dos trabalhadores», depois de ter obtido apoios, do Governo de José Sócrates, de mais de 103 milhões de euros. Mas apesar dos avultados investimentos, a extracção não recomeça e nem o Governo nem a administração adiantam uma data provável para a retoma.
Sindicato e CT recordaram como a Lundin Mining suspendeu a extracção de minério na Pirites Alentejanas< /i>, em Novembro de 2008, «seis meses depois de ter criado elevadas expectativas» relativas à retoma da produção. Desde então, as minas têm vivido um processo atribulado de mudança de identidade, primeiro para MTO e, posteriormente, para I'M, altura em que a empresa concessionária das minas deixou de chamar-se Pirites Alentejanas.
Do Governo, «têm-se sucedido as promessas dos governantes quanto à data de início da retoma», designadamente por parte do primeiro - ministro, José Sócrates, mas «todas se frustraram».
http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33271&area=4
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
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