Há já cerca de treze anos que se assiste a um dos mais brutais ataques do neoliberalismo. Tanto nas empresas privadas, como nas "empresas" estatais, o controlo cerrado dos tempos de pausa e a insuportável pressão por ganhos de produtividade provocam uma completa desumanização nas relações laborais. A incerteza relativa à permanência de cada posto de trabalho, as mudanças forçadas de funções, as tensões insidiosas para que os trabalhadores se demitam ou aceitem despromoções, tentando fazê-los responsabilizar-se por essas novas situações, têm conduzido a um número crescente de suicídios ligados ao trabalho.
Este fenómeno que, actualmente, atinge todos os países ocidentais, iniciou-se na Bélgica, nas linhas de montagem de automóveis, e depois em França.
O facto das pessoas se suicidarem no local de trabalho é uma mensagem extremamente brutal, dirigida à comunidade, à empresa. Outras fazem-no fora do local de trabalho, depois de apresentarem queixa por assédio. Outras, ainda, depois de lutarem e de terem perdido a esperança na mudança.
Falamos de assédio moral e das suas novas e brutais consequências.
Em Portugal, cerca de 4% dos trabalhadores são vítimas de assédio no local de trabalho (ou seja, mais de 200 mil!), elevando-se essa taxa para mais do que o dobro em certos sectores como a Banca, as Telecomunicações, a Indústria Farmacêutica, ou entre os enfermeiros e os professores, mais recentemente.
Precisamos de enfrentar o assédio moral, individual e colectivamente. Perdendo o medo, solidarizando-nos. Porque é urgente derrotar o capitalismo.
http://pt.indymedia.org/conteudo/editorial/992
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