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13/04/2010

Empéstimos - Famílias têm por pagar recorde de 3,8 mil milhões

Incumprimento das empresas volta a ultrapassar os cinco mil milhões.

As dívidas de crédito dos portugueses à banca voltaram a agravar-se em Fevereiro, atingindo o valor mais alto de sempre. O malparado nas mãos de particulares ascendeu a 3,8 mil milhões de euros, um aumento absoluto de 21,6% face a Fevereiro de 2009 e uma subida de 17,3% no que respeita ao peso do seu rácio no total concedido pela banca às famílias. O saldo total de crédito concedido a particulares fixou-se em 138,6 mil milhões de euros, mais 4,7% homólogos, mantendo-se os crescimentos anémicos de há largos meses nos empréstimos.

De acordo com as estatísticas online ontem disponibilizadas pelo Banco de Portugal, num mês, os montantes de incumprimento bancário aumentaram 58 milhões de euros entre os particulares e 128 milhões de euros entre as empresas.

No segmento empresarial, o malparado voltou a ultrapassar o valor dos cinco mil milhões de euros (5006 milhões, concretamente), aproximando-se dos valores recorde de Outubro e Novembro do ano passado, quando chegaram aos 5,1 e 5,3 mil milhões, respectivamente.

O crédito total atribuído a empresas está praticamente estagnado, em 117,7 mil milhões de euros, mais 1,2% face a Fevereiro de 2009.

As variações dos montantes de empréstimos em incumprimento estão, no entanto, a crescer a níveis mais moderados. Isto porque no segundo mês do ano passado o cenário era já de forte aceleração do incumprimento.

Os 1,9 mil milhões de malparado resultante de crédito à habitação correspondem a uma subida absoluta deste valor de 14,5% e de 13,3%, no que respeita ao peso do seu rácio no total concedido.

O consumo de particulares continua a ser a finalidade de crédito com mais elevado nível de incumprimento. Cerca de 7% do total atribuído para financiar a compra de bens de consumo estão em cobrança duvidosa - ou seja, 1087 milhões de 15,7 mil milhões de euros - mais 26,2% que em igual mês do ano passado. No entanto, o peso deste incumprimento já apresenta sinais de redução.

Nas empresas, os níveis de malparado mais elevados continuam a ser registados pelo imobiliário (1,4 mil m milhões de euros) e construção (1,3 mil milhões).

A procura de novos empréstimos continua em forte queda no segmento empresarial. Nos montantes até um milhão de euros, as empresas pediram menos 15,2% de novos créditos em Fevereiro, face a igual mês do ano passado. Já para empréstimos acima de um milhão de euros , a queda em relação ao ano anterior é de 1,9%.

Entre os particulares, apesar de registar uma subida de 22,4% face a Fevereiro do ano passado, os novos créditos à habitação concedidos voltaram a cair , depois de alguns meses a subir. No segundo mês do ano foram concedidos 753 milhões de euros de crédito à habitação, bem acima do mínimo registado com Janeiro de 2009, que foi de 555 milhões de euros.

No consumo, a nova produção também apresenta alguma dinâmica, crescendo 9,4% face a Fevereiro de 2009.

http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1542362

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