Funcionários públicos de todo o país vão hoje descer a avenida da Liberdade, em Lisboa, em desfile de protesto contra os cortes salariais e dos subsídios de férias e de Natal previstos no Orçamento do Estado para 2012.
As três estruturas sindicais da administração Pública que convocaram a manifestação nacional esperam ter muitos milhares de trabalhadores na rua, apesar da previsão de chuva, tendo em conta a indignação que dizem tem sido demonstrada pelos trabalhadores nos locais de trabalho.
A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado decidiram unir-se no protesto e sair para a rua em conjunto, como não acontecia há vários anos.
O congelamento salarial de 2010, o corte salarial médio de cinco por cento deste ano, a colocação de trabalhadores em mobilidade especial, um sistema de avaliação deficiente e a alteração das regras de aposentação semearam o descontentamento entre os funcionários públicos, argumentam os sindicatos.
Mas foi o anúncio da manutenção do corte salarial e da retirada dos subsídios de férias e de Natal nos próximos dois anos que levou os sindicatos da CGTP e da UGT a esquecerem as diferenças de postura e a marcarem uma manifestação nacional para hoje numa tentativa de travar as intenções do Governo.
A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, disse à agência Lusa que acredita que "vai ser uma grande manifestação" mas reforçou o apelo para que os trabalhadores da função pública saiam à rua neste dia de manifestação nacional para lutar pelos seus direitos.
“Que venham para a rua, que lutem, que se indignem, porque só com a luta se pode travar a ofensiva contra os trabalhadores da administração pública”, disse a coordenadora da Frente Comum.
Para o coordenador da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), Nobre dos Santos, a participação na manifestação é uma forma de contestar os “brutais cortes salariais e a suspensão dos subsídios de férias e de Natal".
"Vivemos uma situação muito difícil e os trabalhadores têm de se manifestar, têm de se rebelar contra este estado de coisas", disse Nobre dos Santos à agência Lusa.
As estruturas sindicais da função pública vão unir-se de novo na greve geral marcada pelas duas centrais sindicais – CGTP e UGT – para 24 de novembro.
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