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10/11/2011

Reino Unido - Jovens reeditam marcha de 1936: Pelo emprego

Um grupo de jovens que partiu da cidade de Jarrow, no Norte de Inglaterra, em 1 de Outubro, chegou no sábado, 5, a Londres, onde foi acolhido por centenas de manifestantes que se juntaram ao protesto contra o desemprego.
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A marcha de 450 quilómetros foi originalmente cumprida, em Outubro de 1936, por duas centenas de operários navais e mineiros em protesto contra o desemprego e a pobreza extrema, que grassava na altura no Nordeste da Inglaterra.
Tal como há 75 anos, um grupo de jovens, alguns dos quais familiares dos pioneiros, entendeu haver razões suficientes para reeditar a célebre marcha, e meteu-se ao caminho para entregar uma petição na residência oficial do primeiro-ministro, David Cameron, em que se exige políticas de emprego, mais estágios, apoios aos estudantes desfavorecidos, serviços juvenis e o fim das propinas universitárias.
Após uma caminhada de cinco semanas, o grupo alcançou a capital britânica na manhã de sábado, onde era aguardado por centenas de manifestantes que desfilaram até ao comício na praça Trafalgar.
Os promotores da iniciativa, reunidos na Youth Fight for Jobs (juventude luta por empregos), salientam que o Reino Unido conta já com mais de 2,51 milhões de desempregados, dos quais 972 mil têm menos de 25 anos.

Protesto conjunto

Apesar de a legislação britânica não admitir greves gerais, vários sindicatos da função pública estão a convergir esforços para uma «greve coordenada» em 30 deste mês.
Os associados do Unison, o maior sindicato do sector, aprovaram, dia 3, a paralisação contra a redução dos direitos de aposentação e eliminação massiva de postos de trabalho. Em curso continuam as votações em vários outros sindicatos da função pública.
As reformas propostas pelo governo pretendem reduzir o valor das pensões e aumentar o número de anos de trabalho. Porém, face à mobilização sem precedentes das estruturas sindicais, o executivo conservador-liberal apresentou uma nova proposta aos sindicatos, segundo a qual alguns grupos de funcionários públicos, como professores, que se reformem até 2022, não seriam abrangidos pelas medidas.
Brendan Barber, secretário-geral do Congresso dos Sindicatos (TUC), plataforma que reúne 58 sindicatos, assinalou o recuo do governo, mas considerou-o insuficiente: «Caso não haja um progresso real e não sejam feitas propostas aceitáveis no âmbito das negociações, os sindicatos permanecem firmemente empenhados em continuar os preparativos para o dia de protesto planeado para 30 de Novembro», indicou.

http://www.avante.pt/pt/1980/europa/117204/

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