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18/05/2010

Taxa de desemprego nos diplomados subiu 18%

Entre 2008 e o ano passado, o aumento do desemprego chegou aos 18%.

O número total de desempregados diplomados em Portugal que se encontram inscritos nos centros de emprego aumentou 18% durante 2009, atingindo no final de Dezembro do ano passado 43.755 pessoas com o diploma de bacharel, licenciatura, mestre ou doutor.

Os números fazem parte do último balanço semestral do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) sobre a procura de emprego por parte dos diplomados e mostram que, apesar deste agravamento, o aumento é inferior ao registado no número total de desempregados (26%) em Portugal durante o mesmo período. Em virtude desta evolução, o peso dos desempregados com diploma no número total de desempregados manteve-se inalterado nos 7% entre 2008 e 2009. Por outro lado, os números mostram ainda que este grupo de desempregados é o único que mantém taxas inferiores a 20%, estando do lado oposto os desempregados apenas com ensino básico e secundário. Uma situação que o presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Francisco Madelino, justifica com o facto de a empregabilidade ser sempre mais fácil para quem tem mais qualificações.

Estas são algumas das conclusões do 6º relatório semestral do GPEARI, órgão tutelado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em parceria com o IEFP, intitulado "À Procura de Emprego dos Diplomados com Habilitação Superior". O documento, que traça o perfil dos diplomados, sublinha que as áreas que registam um maior número de inscrições de diplomados no IEFP também se mantiveram sem alterações: os serviços sociais, a informação e jornalismo, as indústrias transformadoras e as ciências sociais e de comportamento. Já as áreas com menor desemprego continuam a ser as ligadas à segurança, matemática e estatística, formação de professores e formadores e saúde.

Por outro lado, o relatório revela que a maioria destes desempregados é do sexo feminino (66%) e está na região Norte do país, seguida de Lisboa.

O retrato do desempregado com habilitação superior indica que 70% são jovens com menos de 35 anos e, na sua maioria, estão inscritos há menos de um ano (75%). Para além disso, a maioria (87,4%) dos desempregados com habilitação superior possui o grau de licenciatura, havendo apenas 3,7% de mestres e 0,2% de doutores.

Maior empregabilidade nos politécnicos

O relatório sublinha que não são só os cursos e a área de formação que influenciam as saídas profissionais. Mais do que a área de formação, o estabelecimento de ensino é determinante na hora de encontrar uma colocação profissional. Ou seja, um curso com elevado nível de desemprego pode ter mais saídas profissionais dependendo da instituição em causa e vice-versa.

Do total de inscritos nos centros de emprego, a maioria vem do ensino universitário (61%). Dada a distribuição mais ou menos igual dos diplomados (53% nas universidades e 47% nos politécnicos) os números provam que frequentar um instituto politécnico dá mais hipóteses de empregabilidade do que uma universidade.

Por outro lado, 65% dos inscritos vêm do ensino público e 35% do privado, mas aqui não se pode fazer a correspondência porque existem muito mais diplomados a sair das universidades do Estado (68%, contra 32% das privadas).

http://economico.sapo.pt/noticias/taxa-de-desemprego-nos-diplomados-subiu-18_89845.html

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