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20/05/2010

Greve nos caminhos-de-ferro e portos da África do Sul: Em luta pela actualização dos salários

Mais de 90 por cento dos cerca de 55 mil trabalhadores da Transnet, empresa pública que opera nos caminhos-de-ferro e portos da África do Sul, estão em greve há duas semanas reivindicando actualizações salariais superiores às propostas pela administração.
Informações veiculadas por agências internacionais dão nota de acções de sabotagem por parte dos trabalhadores em luta, as quais terão causado, segundo a administração, prejuízos de cerca de 2 milhões de euros; referem os efeitos da paralisação sobre a actividade portuária e a distribuição de combustíveis, e uma manifestação nas ruas de Joanesburgo.
Ocultada, porém, é a razão de fundo pela qual lutam os funcionários da Transnet, aos quais, contrariamente ao patronato, não é dada voz. De acordo com um comunicado conjunto das duas estruturas representativas dos trabalhadores do sector, o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da África do Sul (SATAWU) e o Sindicato Unido dos Transportes (UTAT), divulgado, dia 16, na página de Internet da central sindical sul-africana, COSATU, a intensificação e manutenção da greve deve-se à má-fé e intransigência da administração.
Ainda na sexta-feira da semana passada, explicam, os sindicatos estavam preparados para reduzir em 2 por cento - de 15 para 13 - a exigência de aumento, requerendo, para tal, não mais que um interregno negocial destinado a consultar os trabalhadores sobre a matéria.
O patronato nem sequer estava preparado para discutir a questão, mas publicamente insiste em contrapor um aumento de apenas 11 por cento, subida salarial que piora as actuais condições da maioria dos trabalhadores uma vez que vinha acompanhada de retrocessos nos subsídios de habitação e assistência médica. «Ninguém aceitaria uma proposta pior que a anteriormente rejeitada», concluem.
Acresce que a administração não dá resposta às reivindicações dos trabalhadores contratados, muitos dos quais expiram o respectivo vínculo nos próximos meses.

http://www.avante.pt/noticia.asp?id=33647&area=11

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