Delphi/Guarda: Últimos 27 trabalhadores despedidos deixam hoje a empresa

Os últimos 27 trabalhadores despedidos da fábrica Delphi da Guarda, no âmbito de um processo de despedimento coletivo de 286, perdem hoje o vínculo com a multinacional que produz cablagens para a indústria automóvel, segundo fonte sindical.

A empresa já despediu 259 trabalhadores em abril e conclui hoje o processo de despedimento coletivo com a dispensa de 27 operários, que abandonam a empresa numa altura em que o país atravessa uma crise económica, admitindo os sindicatos que terão “dificuldades” em conseguir novo trabalho.

Segundo Victor Tavares, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM) de Aveiro, Viseu, Guarda, e Coimbra, os novos despedidos têm “esperanças muito reduzidas” em arranjar novo trabalho, dada a escassez de emprego na região da Guarda.

Disse que os 574 trabalhadores dispensados anteriormente estão “com dificuldades em arranjar trabalho” daí que os últimos desempregados abandonem a fábrica com preocupações acrescidas.

O dirigente do STIMM, que também faz parte da comissão de trabalhadores da multinacional, referiu ainda que quem continua na empresa demonstra alguma “angústia” pela saída de mais 27 operários.

José Simões, secretário geral do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), disse hoje à Lusa que “lamenta” os despedimentos na Delphi tendo em conta a atual situação de crise económica verificada a nível nacional e mundial.

“São mais trabalhadores que vão ficar no desemprego”, disse, recordando também que muitos operários “querem receber a indemnização e ir embora”.

O dirigente do SIMA apontou que a preocupação em relação aos despedidos é maior porque “na região da Guarda não há emprego” e os despedidos “vão mesmo para o desemprego”.

“Trabalho efetivo como aquele tinham agora não sei se alguma vez voltam a tê-lo”, lamentou José Simões.

A partir de hoje, com a conclusão do processo de despedimento coletivo de 286 trabalhadores, a unidade da Delphi da Guarda ficará a laborar com apenas 314.

A empresa que já chegou a empregar perto de 3000 operários, também despediu 315 colaboradores em 31 de dezembro de 2009.

Em dois processos de despediemnto coletivo, a fábrica da Guarda mandou para o desemprego um total de 601 pessoas, a maioria mulheres.

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