Há já três trimestres consecutivos que o número de insolvências vem aumentando em Portugal. Nos primeiros três meses deste ano, foram abertos 1464 processos de falência, um indicador que não deixa de reforçar as incertezas sobre a retoma da economia.
O valor apurado pelo departamento de administração de riscos da companhia Crédito y Caucion é o mais alto de uma série de 10 trimestres e representa um aumento de 7 por cento face ao período Outubro/Dezembro do ano passado.
Realizado a partir de uma análise dos processos de insolvência que são publicados em Diário da República, o trabalho realizado pela Crédito y Caucion mostra que o anterior máximo tinha sido alcançado no segundo trimestre de 2009, quando deram entrada em tribunal 1334 processos de insolvência.
"Se à evolução deste indicador juntarmos as últimas notícias relativas ao rating atribuído a Portugal, confirmamos as incertezas que já tínhamos relativamente à situação económica portuguesa e podemos concluir que o fim da crise está mais longe do que anteriormente previsto", afirma Paulo Morais, director da companhia para Portugal e Brasil.
O sector onde há um maior registo de processos é o dos serviços - 321, o que representa um aumento líquido de 13 por cento face ao trimestre anterior. Seguem-se o sector da construção - actualmente a viver uma crise profunda -, com 155 processos colocados em tribunal (+12 por cento), e o têxtil, que fica perto da centena de processos de insolvência iniciados por via judicial (um aumento de 7 por cento face ao período precedente).
A Crédito y Caucion destaca também os dados relativos a outros sectores estratégicos, como o das máquinas e ferramentas, que evidencia um crescimento de 54 por cento no número de processos de insolvência. Este valor pode indiciar que as empresas, com receio de prolongamento da crise, estão a investir menos em equipamentos ligados à produção. No sector da distribuição, há igualmente um crescimento significativo de falências (30 por cento), com 60 processos a darem entrada em tribunal.
O agravamento do quadro não é, todavia, extensivo a todos os 17 sectores em que a Crédito divide a sua análise. A indústria de peles e curtumes, por exemplo, apresenta uma redução do número de falências em 24 por cento e o sector químico de 13 por cento. A área do automóvel, com 21 processos iniciados, manteve-se estável face ao último trimestre de 2009.
http://economia.publico.pt/Noticia/numero-de-falencias-aumentou-sete-por-cento-no-primeiro-trimestre_1436740
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