A posição da OM foi manifestada à agência Lusa pela presidente do Conselho Regional do Sul, Isabel Caixeiro, em reação ao anúncio feito hoje pela ministra da Saúde, Ana Jorge, de que os hospitais públicos têm um prazo de 20 dias para apresentar um plano de redução de despesa, que inclui baixar pelo menos cinco por cento o custo com horas extraordinárias.
"Consideramos que as horas extraordinárias, se existem, é porque são necessárias", vincou Isabel Caixeiro.
A também candidata a bastonária da Ordem dos Médicos alertou que os custos e a qualidade dos cuidados de saúde "vão agravar-se" se os hospitais optarem por recorrer a "médicos indiferenciados de empresas prestadoras" de serviços, que "não conhecem a realidade" da unidade onde trabalham.
Segundo Isabel Caixeiro, "grande parte" das urgências hospitalares e de "algumas consultas" dos centros de saúde já é feita, aliás, por empresas prestadoras de serviços, que "custam muito mais ao erário público".
Quanto a outras medidas apresentadas pela tutela para a redução da despesa pública no Serviço Nacional de Saúde, a Ordem dos Médicos elogiou o facto de a receita médica passar a mencionar a informação do montante que o utente pouparia se lhe tivesse sido prescrito um medicamento mais barato.
Contudo, a presidente do Conselho Regional Sul da OM recordou que, mesmo hoje, quando o médico prescreve um fármaco mais barato, este nem sempre "existe na farmácia".
Outras medidas que "merecem acordo" da Ordem prendem-se com a redução das despesas com fornecimentos e com a contenção de custos com a farmácia hospitalar, mas desde que, neste último caso, não implique "a diminuição da qualidade dos medicamentos que são necessários aos doentes".
O plano de redução de despesas dos hospitais públicos deverá assegurar, já este ano, o cumprimento da meta orçamental de crescimento até 2,8 por cento da despesa em farmácia hospitalar e baixar pelo menos 2 por cento a despesa com fornecimentos e serviços externos.
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