Octávio Teixeira
A última cimeira da zona euro reconfirmou a incapacidade dos chefes de Governo para dar resposta aos problemas graves com que a zona e os Estados-membros estão confrontados. Em vez de combaterem o fogo atacando as suas origens, agiram como bombeiros a tentar controlar algumas labaredas momentaneamente mais altas.
A última cimeira da zona euro reconfirmou a incapacidade dos chefes de Governo para dar resposta aos problemas graves com que a zona e os Estados-membros estão confrontados. Em vez de combaterem o fogo atacando as suas origens, agiram como bombeiros a tentar controlar algumas labaredas momentaneamente mais altas.Recapitalização do sector bancário com dinheiros públicos (aumento das dívidas dos Estados), sem garantia de crédito à actividade produtiva e sem intervenção pública na sua gestão. Com obrigação de registo das dívidas públicas ao "preço do mercado", consagrando o domínio dos mercados financeiros especulativos e das agências de notação.
Redução da dívida grega detida pelos bancos (faltam os "detalhes"), com os Estados a suportar 30 mil milhões (e a abandonarem a taxa sobre a banca?). A Grécia passará a estar sob controlo total da Comissão Europeia e terá de agravar a austeridade a caminho da insolvência.
O Fundo de Estabilidade Financeira transforma-se num segurador, impondo o acesso obrigatório dos Estados aos mercados financeiros e garantindo apenas 20%, o que significa manter as portas abertas à especulação financeira.
Imposição a todos os Estados da política de austeridade e da constitucionalização da estúpida e desastrosa regra do equilíbrio orçamental, a caminho da recessão na zona.
Quanto às questões de fundo, total recusa de o BCE ser o financiador em última instância dos Estados (elemento essencial para combater a especulação), da reforma do sector financeiro, dos bancos e das agências de notação, e de medidas visando o crescimento económico e o emprego, sem o que não será possível reduzir défices e dívidas.
Foi mais uma cimeira absurda que só pode conduzir a União Europeia ao desastre e os seus povos ao sofrimento.
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