Paula Cravina de Sousa
Maioria dos portugueses acredita que a sua situação e a do País estará pior daqui a um ano.
Os portugueses nunca estiveram tão pessimistas quanto à situação económica do País no próximo ano. De acordo com a sondagem que a Marktest fez para o Diário Económico e para a TSF, o índice de expectativa caiu muito significativamente em Outubro, para 13,65%, o valor mais baixo de sempre.
Em Abril de 2010 o índice estava nos 33,53%, tendo vindo a deteriorar-se desde então. O nível mais baixo tinha sido registado em Outubro do ano passado (novamente o mês do Orçamento do Estado), altura em que o índice atingiu os 14,45%.
A sondagem foi feita um dia depois da apresentação do Orçamento do Estado para 2012 (OE/12), o que ajuda a explicar o agravamento das perspectivas. O OE/12 trouxe a concretização das medidas acordadas com a ‘troika' como o aumento generalizado de impostos - IRS, IRC e IVA, entre outros. No mesmo dia, os funcionários públicos e pensionistas tiveram a confirmação, já pré-anunciada pelo primeiro-ministro: nos próximos dois anos (período que dura o programa de ajustamento financeito) vão receber apenas 12 salários, ficando assim, sem os subsídios de férias e de Natal.
Segundo os dados da Marktest, 77,1% dos portugueses consideram que o País estará pior em 2012 e 76,1% pensam que a sua própria situação económica se agravará no próximo ano. Nos dois casos, a região mais pessimista é a do grande Porto, com mais de 80% dos residentes daquela região a considerarem que a situação vai deteriorar-se. Por outro lado, a classe média alta e alta é a que se revela mais preocupada, com mais de 84% dos inquiridos destes ‘escalões' a anteciparem um futuro mais negativo. A classe média baixa e baixa é a menos pessimista, com a percentagem a rondar os 74%. E são os portugueses entre os 35 e os 54 anos que mais pessimistas estão, embora o negativismo seja transversal a todas as faixas etárias.
Ficha técnica
A sondagem da Marktest para o Diário Económico e TSF realizou-se nos dias 18 e 22 de Outubro para analisar as intenções de voto e a popularidade dos principias protagonistas políticos. O universo é a população de Portugal Continental com mais de 18 anos e que habite em residências com telefone fixo. A amostrar, constituída por um total de 809 inquiridos, foi estratificada por regiões: 160 Grande Lisboa, 92 Grande Porto, 134 Litoral Centro, 153 Litoral Norte, 180 Interior Norte e 90 no Sul; 425 a mulheres e 384 a homens; 252 a indivíduos dos 18 aos 34 anos, 275 dos 35 aos 54 anos e 282 a mais de 54 anos. A escolha dos lares foi aleatória. Intervalo de confianza de 95% e margem de erro de 3,45%. Indecisos redistribuídos de forma proporcional aos que declararam sentido de voto. Taxa de desposta 25%.
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