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26/01/2009

Falta comida a 963 milhões de pessoas

Mais de 963 milhões de pessoas continuam a ter fome ou a passar graves carências alimentares, o que representa uma "grave crise alimentar" que tende a agravar-se e para a qual é necessário um esforço global.

O diagnóstico foi feito em Madrid, esta segunda-feira, pelo Director-Geral da FAO, Jaques Diouf, que afirmou que mais do que responder à fome no mundo há ainda que desenhar estratégias para poder alimentar, em 2050, nove mil milhões de pessoas.

Diouf, que falava em Madrid no âmbito de uma conferência sobre segurança alimentar das Nações Unidas, disse aos jornalistas que a redução dos preços dos bens alimentares, não significa que a crise desapareceu.

O responsável das Nações Unidas recordou que só para garantir a alimentação dos seres humanos no futuro será necessário duplicar a produção alimentar global, dedicando ao sector agrícola os recursos financeiros necessários.

Classificando o problema da insegurança alimentar como "especialmente grave", afirmou que a crise financeira mundial "não facilita o trabalho que tem que se fazer.

Apesar de sinais positivos, como os aumentos de financiamento da UE, por exemplo, que dedicou mil milhões de euros entre 2008 e 2010 para o desenvolvimento da agricultura em países mais pobres, os fundos dedicados ao problema "ainda estão aquém" do necessário.

Cerca de uma centena de países participam na reunião de Madrid, que será encerrada terça-feira pelo primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon

Intervindo por video nas sessões de hoje, a secretária de Estado norte-americana Hilary Clinton, afirmou que combater a fome será uma das prioridades do novo presidente Barack Obama.

Uma prioridade urgente porque, afirmou, a insegurança alimentar e os elevados preços constituem uma ameaça para a prosperidade e segurança nos países em desenvolvimento.

"Milhões de pessoas correm o risco de voltar à pobreza, pondo assim em perigo alcançar as metas do milénio que eram de cortar a pobreza e a fome em metade até 2015", disse.

Jornal de Notícias (26.01.09)

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