A CGTP rejeita a proposta do Governo de diminuir os dias de férias de 25 para 22, uma solução que considera uma "monstruosidade", disse à agência Lusa Arménio Carlos, membro da comissão executiva.
"A CGTP rejeita esta proposta porque ela vem no sentido de aumentar os sacrifícios e sobretudo retirar direitos aos trabalhadores. Estamos a falar de uma proposta que se insere num plano mais vasto de guerra contra os trabalhadores", afirmou Arménio Carlos.
O Governo vai propor hoje aos parceiros sociais a eliminação da majoração das férias em função da assiduidade, considerando que a medida ajudará a promover o relançamento económico e o funcionamento do mercado de trabalho.
Segundo o sindicalista, os trabalhadores estão "perante uma monstruosidade" que demonstra que o "Governo deixou de governar para os portugueses e passou a governar para os grupos económicos e financeiros".
"Estas políticas não visam o desenvolvimento do país, pelo contrário, visam o aumento da exploração e do empobrecimento. São políticas que tem de ser combatidas e vão ser combatidas", garantiu.
Arménio Carlos sublinhou que "se a questão do aumento do número de horas de trabalho estivesse ligada à produtividade", Portugal já tinha uma "competitividade superior à da Alemanha".
"Nós trabalhamos em média mais três horas por semana do que os alemães e mais oito em média por semana do que os holandeses", lembrou.
O membro da comissão executiva da CGTP diz que "neste momento em Portugal trabalha-se mais do que na zona euro", sublinhando os portugueses trabalham cerca de 1.719 horas, considerando o número de horas de trabalho, os feriados e as férias, e na média da zona euro cerca de 1703 horas.
Arménio Carlos chama ainda a atenção para o facto da capacidade produtiva dos emigrantes portugueses ser normalmente enaltecida no estrangeiro.
De acordo com o sindicalista isso só acontece porque "são inseridos em determinados mecanismos de organização de funcionamento das empresas susceptíveis de lhes aumentar a capacidade de produção".
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