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07/03/2010

Quinta do Conde, Sesimbra - Desesperar por extensão de saúde

Os utentes da Quinta do Conde, Sesimbra, manifestam-se no próximo sábado para exigir o recomeço das obras da nova extensão de saúde, paradas há quase cinco meses, que se completam no dia 13. O empreiteiro faliu e só deixou de pé a estrutura de betão.

A reivindicação de novas instalações - as actuais são provisórias há mais de 30 anos - tem uma década. "Já perdemos a conta aos protestos. Agora, queremos fazer pressão para que as obras arranquem", explicou ao JN o porta-voz da Comissão de Utentes, Fernando Patrício, frisando que quando os trabalhos foram iniciados, em 2009, os utentes ganharam uma nova esperança, que saiu gorada. "Ficámos todos satisfeitos, porque íamos ter um centro de saúde novo. Começaram as obras, mas agora isto está parado e nem tão cedo acaba", queixa-se Carlos Sereno, de 66 anos, lamentando as condições em que é atendido. "É acanhado e tem muita gente".

"Era bom que isto abrisse, para ver se há melhores condições", realça também Maria de Fátima Machado, de 53 anos, mostrando-se insatisfeita pelo facto de os trabalhos estarem parados há meses.

O vencedor do concurso, a empresa Construções Pastilha e Pastilha, informou em Outubro a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) de que não dispunha de condições financeiras para continuar as obras. Desde então, o processo está nas mãos do Tribunal de Contas, que tem de validar o contrato a assinar com o novo empreiteiro.

Afirmando ser "completamente alheia" aos atrasos que têm vindo a ocorrer, a ARSLVT reconhece que "as actuais instalações não correspondem às necessidades da população e dos profissionais de saúde", pelo que "a obra é importante e prioritária".

"O recomeço dos trabalhos está dependente da resolução das questões jurídicas de alguma complexidade", explica o organismo, em esclarecimento por escrito, onde garante também que "já foi apurado novo empreiteiro".

Segundo a ARSLVT, está em curso a rescisão do contrato com o empreiteiro que faliu, decisão que "não deve demorar". Depois disso, a entidade irá requerer a posse administrativa junto do Governo Civil e desencadear "imediatamente a seguir" a proposta para nova adjudicação, respeitante às obras por executar.

Faltam médicos

Os utentes da Quinta do Conde reclamam também a contratação de mais clínicos para o quadro da extensão de saúde, dado que entre os 30 mil habitantes apenas oito mil têm médico de família.

"Não serve de nada ter um espaço se não houver pessoal para assegurar que funcione normalmente. É necessário que se comece já a fazer preparativos para arranjar mais médicos", alerta o porta-voz da Comissão de Utentes, Fernando Patrício. Sobre este assunto, a ARSLVT assume que a questão "não é de fácil resolução", dado haver carência de médicos em todo o país.

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Set%FAbal&Concelho=Sesimbra&Option=Interior&content_id=1512874

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