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12/12/2011

CGTP promove semana de luta em todo o país contra posição do Governo

Carvalho da Silva Carvalho da Silva Fotografia: PAULO CORDEIRO/LUSA
“Estamos num mês em que os nossos valores culturais têm grande significado, um mês em que se planeia o futuro, em que se fazem projetos de vida para o ano seguinte e os projetos que os portugueses podem fazer estão muito limitados”, avançou à Lusa o secretário-geral da CGTP-IN.
De acordo com Carvalho da Silva, “a situação atual obriga a estar mobilizado e a fazer uma intervenção forte”, adiantando que a semana de luta, que decorre até dia 17, pretende “dar sinais muito fortes, por exemplo, em relação ao alargamento do horário de trabalho”.
O Governo aprovou na passada quarta-feira, em conselho de ministros, uma proposta de lei que “estabelece um aumento excecional e temporário dos períodos normais de trabalho de trinta minutos ou de duas horas e trinta minutos por semana”, uma medida que “é aplicável durante a vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal”.
No mesmo dia, a CGTP-IN considerou a decisão do Governo “uma declaração de guerra aos trabalhadores que não ficará sem resposta”, prometendo desenvolver “todas as ações de luta necessárias, desde logo a partir dos locais de trabalho, contra o aumento do horário de trabalho e o trabalho gratuito”.
A estrutura sindical classificou a aprovação da proposta de lei como “uma posição de má fé do Governo”, que “diz-se defensor da negociação, mas quer impor, unilateralmente, a revogação de uma matéria que foi negociada e acordada, livremente, entre as partes sindical e patronal, no âmbito da negociação da contratação coletiva”.
“Vamos dizer claramente que, perante a dimensão de ilegalidade da posição do Governo, todos os atos que os trabalhadores possam vir a desencadear são utilizáveis”, declarou.
A semana arranca hoje com a entrega da petição pela defesa do Poder Local Democrático, contra a redução de autarquias e de trabalhadores, na Assembleia da República, assinalando o 35.º aniversário das primeiras eleições autárquicas realizadas em Portugal após o 25 de Abril de 1974.
Ainda hoje, a CGTP-IN promove uma tribuna pública, com trabalhadores da empresa “Bonvida”, em processo de insolvência, promovida pela União dos Sindicatos de Leiria, às 10:30, junto à Câmara Municipal da Batalha.
Na terça-feira, o protesto prossegue em Guimarães, que, segundo Carvalho da Silva, “é um espaço geográfico com muito significado na luta dos trabalhadores pelo horário de trabalho ao longo de todo o século XX”, e, por isso, com grande simbolismo no contexto atual, considerando as alterações aprovadas “um retrocesso ao século XIX”.

http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/cgtp_1829.html

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