O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal admitiu, ontem, segunda-feira, Brisa (concessionária de auto-estradas com portagens) entrarem em greve se a administração da empresa não se mostrar "mais flexível" nas negociações do Acordo Colectivo de Trabalho.
Em causa está a proposta de aumento salarial para este ano. "A Administração começou com uma proposta provocatória de 0% de aumento e ao longo das negociações tem vindo a subir décima a décima, chegando aos 0,6%, enquanto a nossa proposta é de 1,8%", afirmou, ontem, ao JN, António Moreira, do CESP, o sindicato mais representativo dos 2500 trabalhadores da Brisa.
O CESP considera a proposta da BRISA "inadmissível para uma empresa que em 2009 registou lucros de 161 milhões de euros, mais 6,4% relativamente a 2008, que pagou dividendos de 31 cêntimos por acção, o mesmo valor de 2008". "Se puderam manter os dividendos aos accionistas também podem manter o aumento de 2008 aos trabalhadores, ou seja, 2%", defende o sindicalista.
António Moreira adianta que o CESP está disposto a negociar a proposta de 1,8%. "Podemos baixar ligeiramente se a administração se mostrar flexível", e avança que caso não cheguem a um acordo, "o quadro mais provável", na reunião da próxima quinta-feira, "o CESP irá recorrer ao Ministério do Trabalho, de forma a mediar as negociações que, nesse caso, implicarão sempre um aumento no valor proposto pela Brisa", explica.
Independentemente do eventual recurso para o Ministério do Trabalho, o CESP, que reuniu ontem em Aveiro os seus delegados na Brisa, já está a equacionar formas de luta, "sendo a greve a mais provável", afirmou António Moreira.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1514250
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