O secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva, defendeu hoje que Portugal tem uma governação que se «põe a jeito» para a «especulação e chantagem» financeiras, referindo-se às declarações do ministro das Finanças.
«Temos uma governação que anda a ver todos os dias como se põe mais a jeito para a especulação e a chantagem que é feita a partir das condições débeis em que o país foi colocado», afirmou à Lusa Carvalho da Silva.
Para o secretário-geral da CGTP, «parece que [os responsáveis governativos] andam a pedir que se agravem os problemas».
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou ao Financial Times que havia um risco «elevado» de Portugal recorrer ao apoio financeiro da União Europeia, tendo depois dito em Bruxelas que Portugal vai continuar a financiar-se nos mercados internacionais e afastou o recurso ao fundo europeu de apoio às finanças.
O secretário-geral da CGTP-IN considerou as declarações de Teixeira dos Santos «uma expressão daquilo que não devia estar a ser feito» no país.
«O país sai e tem possibilidades de sair [da crise], porque os portugueses são tão bons trabalhadores e cidadãos tão capazes como os melhores, se nos concentrarmos e voltarmos para a discussão daquilo que nós enquanto portugueses podemos fazer», argumentou.
Isso acontecerá usando as «capacidades» dos portugueses, «desenvolvendo o sector produtivo, da agricultura aos sectores tecnológicos mais avançados», sustentou.
«Nós precisávamos de uma governação virada para isto, para a mobilização dos portugueses, para a responsabilização, e não, temos uma governação que anda a ver todos os dias como se põe mais a jeito para a especulação e a chantagem que é feita a partir das condições débeis em que o país foi colocado», declarou.
Sobre o eventual recurso de Portugal ao apoio financeiro da União Europeia, o ministro das Finanças declarou na segunda-feira ao Financial Times: «O risco é elevado, porque não estamos a enfrentar um problema nacional ou de um país isolado. São os problemas de Grécia, Portugal e Irlanda. Este não é um problema apenas deste país».
«Isto tem a ver com a Zona Euro e a estabilidade da Zona Euro e é por isso que o contágio nesta conjuntura é mais provável. Não é porque os mercados considerem que temos situações idênticas. São apenas semelhantes no que preocupa os mercados, mas, como eu disse, as situações são diferentes», acrescentou Teixeira dos Santos.
Entretanto, o ministro das Finanças afirmou, em Bruxelas, que Portugal vai continuar a financiar-se nos mercados internacionais e afastou o recurso ao fundo europeu de apoio às finanças.
«Eu queria tornar claro que nada nas declarações que fiz ao Financial Times indica a admissão dessa possibilidade», insistiu Teixeira dos Santos.
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