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18/04/2011

MENOS INSCRITOS, MAIS DESEMPREGADOS

Segundo o IEFP o desemprego registado no fim de Março de 2011 ascendia a 551.861 pessoas, tendo diminuído 3,5% face ao mês homólogo e 0,7% face ao mês anterior.
Estes dados não espelham, contudo, a realidade do desemprego no nosso país nem as dificuldades com que milhares de desempregados e suas famílias se confrontam todos os dias por terem perdido os seus postos de trabalho.
É preciso ter presente que, só no espaço de 1 ano, cerca de 71 mil desempregados deixaram de receber o respectivo subsídio. Tal facto constitui um desincentivo para a não inscrição nos centros de emprego de um número cada vez maior de desempregados, estejam eles à procura do primeiro ou de um novo emprego.
Na prática, menos inscritos acabam por corresponder a mais desempregados.
Por outro lado o número de ofertas divulgadas pelos Centros de Emprego está a diminuir. Em Março, o número de ofertas de emprego entradas ao longo do mês foi inferior em quase 2 mil (-18%) ao verificado há um ano, representando apenas 16% dos desempregados inscritos ao longo do mês. As colocações efectuadas diminuíram 3% face ao mês homólogo.
Entretanto, o desconhecimento do número de desempregados ocupados em políticas activas de emprego impede uma correcta avaliação do nível real de desemprego a partir dos dados do IEFP. A CGTP-IN insiste na necessidade de cumprir a Circular Normativa nº 26/2010 do IEFP, datada de 17/11/2010, que manda registar, a partir de 2011, os inscritos participantes em políticas activas de emprego em quatro categorias: ocupados em actividade de trabalho socialmente necessário; ocupados em formação profissional; ocupados em estágio profissional; ocupados em outra medida activa de emprego.
Mais do que fazer declarações de ocasião para tentar esconder a dimensão do problema é preciso que o Governo esclareça como é que vai combater o flagelo do desemprego e resolver, designadamente, a situação dos 255 mil desempregados que, apesar de inscritos nos Centros de Emprego, não recebem qualquer subsidio.
Isto num quadro em que o Banco de Portugal e o próprio Governo perspectivam a recessão económica e o agravamento do desemprego, nomeadamente este ano, em consequência das políticas erradas que, de PEC em PEC, estão a arruinar a economia do país, a destruir empregos, a aumentar a pobreza e a pôr em causa a soberania nacional.
Para a CGTP-IN é necessário e urgente uma nova política que, para além de assegurar a redução do défice num período dilatado de tempo, garanta um crescimento económico sustentado no aumento da produção nacional, na criação de mais e melhor emprego, na melhoria do poder de compra dos salários e das pensões, no combate ao desemprego e à precariedade e na manutenção e reforço da protecção social para todos.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 18.04.2011 

http://cgtp.pt//index.php?option=com_content&task=view&id=2048&Itemid=1

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